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Especialistas alertam sobre o perigo da variante Delta; veja os sintomas

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Ampliação do sistema de testagem de Covid, reforço das medidas de isolamento e transparência de dados são necessários
Ruas de Icaraí seguem movimentadas : Foto- Livia Figueiredo
Ruas de Icaraí seguem movimentadas / Foto: Livia Figueiredo

A variante Delta da Covid se tornou a nova fonte de preocupação no combate à pandemia, mesmo em países com ritmo avançado de vacinação. Estudos recentes apontam que a nova cepa é muito mais transmissível e tem maior probabilidade de “escapar” do sistema imunológico e infectar o organismo. No Rio, a variante é responsável por 45% dos casos da doença. Segundo o levantamento do estado, que inclui casos em Niterói, a presença da Delta passou de 16% para 26% em apenas um mês. Especialistas alertam para a necessidade do cuidado redobrado, principalmente de pessoas que não foram imunizadas ou ainda não possuem o esquema vacinal completo. Eles também falam da importância do reforço do sistema de testagem, por parte dos municípios, e da possibilidade de uma nova onda da doença.

Em entrevista ao A Seguir: Niterói, a neurocientista e coordenadora da Rede Análise Covid-19, Mellanie Fontes Dutra, explica que as pessoas com a imunização completa apresentam um risco menor para infecção de Covid e doença sintomática, principalmente grave, comparado a pessoas não vacinadas. No entanto, é preciso reforçar que esses riscos são reduzidos e não abolidos.

– Quem foi vacinado deve seguir as medidas de enfrentamento enquanto a transmissão estiver alta e estivermos buscando a cobertura vacinal. Para variantes mais transmissíveis, como a Delta, os suscetíveis permanecem ainda mais suscetíveis – reforçou.

Como a variante Delta possui sintomas similares aos da gripe, como dor de cabeça, dor de garganta, coriza, febre e tosse, a importância da política de rastreamento é ainda mais urgente. Ela diz que a detecção prévia de casos de Covid para isolamento e rastreio de possíveis contatos é fundamental para uma intervenção precoce e também para reduzir uma ampla transmissão da doença. Por isso, a importância da manutenção dos cuidados de prevenção, sobretudo com a alta circulação da Delta em alguns países. A especialista acredita que a predominância da Delta pode contribuir para uma nova onda no Brasil, como está sendo observado em outros países.

Os cuidados com a Delta

A especialista recomenda o uso obrigatório de máscara em qualquer ambiente público, de preferência as do modelo PFF2, além de manter o distanciamento físico sempre que possível e preferir ambientes ventilados/abertos. Cuidar da higienização das mãos após tocar em objetos e locais públicos também é importante, e se vacinar, assim que possível, com o imunizante que estiver à disposição. Sobre a permanência de bares e restaurantes abertos, além da retomada das aulas presenciais, ela diz que “não entende como isso poderia ser seguro nesse momento”.

Muito se fala sobre a possibilidade de antecipar a segunda dose contra a Covid-19 neste momento devido à circulação de uma variante tão contagiosa como a Delta, mas, ao mesmo tempo, há estudos sobre a redução da eficácia em caso de antecipação. A coordenadora da Rede Análise Covid-19 explica que, mesmo com essa redução, os valores de eficácia dos imunizantes ainda são bastante altos, mas lembra que depende da estratégia adotada.

– O importante é ter uma estratégia e coordenação para implementá-la. Mesmo reduzindo/ampliando o intervalo, é importante conscientizar as pessoas em relação aos cuidados que precisam ser mantidos para reduzir a transmissão enquanto vacinamos todos – completou.

O sanitarista e pesquisador da Fiocruz, Christovam Barcellos, integrante do Observatório Covid-19 afirma que houve um certo relaxamento não só em Niterói, como no Brasil como um todo, provocado também pelo afrouxamento de medidas de restrição e distanciamento social. Ele diz que em casos de falha do sistema de testagem de Covid, é natural que novos casos e óbitos sejam registrados.

– Niterói, assim como o Brasil está apostando tudo na vacinação. É claro que a vacinação vai resolver muita coisa, como aliviar a pressão dos hospitais, o número de óbitos em decorrência da doença, mas não podemos apostar tudo na vacinação. Precisamos manter algumas atividades bastante restritas, principalmente as que envolvem aglomeração. Precisamos incentivar o uso de máscara e retomar os programas de testagem, de pessoas suspeitas com Covid.

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